Sempre muito travessa e instigada por um senso de descobertas, Annabeth ThinkTall, sempre gostou de invadir casas, destrancar baús e também de bichinhos fofinhos. Sempre foi muito repreendida pelos seus pais e estes viviam recebendo reclamações de vizinhos que perdiam seus animais de estimação por alguma travessura da pequena, por isso, tentavam ao máximo ocupar Annie com livros velhos e a melhor educação possível.
Embora todos a chamassem de ladrazinha, Annie sempre teve um coração bondoso e praticava suas artimanhas apenas pela diversão. Certo dia ela se desafiou a invadir a casa de um antigo arcano que havia se aposentado de aventuras e que, desde então, decidira morar em Rivergate. Tudo foi muito simples, como se algo a guiasse: a porta enorme da entrada foi aberta em dois segundos por suas gazuas, seus passos não podiam ser escutados nem mesmo por ela, foi guiada como se algo a chamasse até um quarto no canto superior do mezanino. Destrancou a porta como se algo sussurrasse em seu ouvido dizendo onde colocar cada ferramenta.
Ela encontrou um quarto escuro iluminado apenas pela luz que agora a porta aberta concedia. No centro havia uma gaiola com a coisa mais fofa que ela já tinha se deparado na vida! Annie resolvera, então, surrupiar a criaturinha, não somente pela fofura que a fizera apaixonar-se de imediato, mas também por causa da sensação de mais absoluta certeza de que esta pertencia à ela.
Usou todas as suas ferramentas mas nenhuma foi capaz de destrancar aquela gaiola e, já perto de se dar por vencida, fitou o bichinho no olho, queria fazer com que ele entendesse que ela voltaria e o tiraria dali. De repente, surpreendida por uma sensação que nunca tivera, Annie recebeu uma visão, sentiu o torpor de um vazio em sua cabeça, como se ela precisasse preencher isso o quanto antes. É como se ela estivesse em um universo, amplo, sem fim de tantas coisas que poderiam ser encontradas. Sentia que tinha que se afundar em pesquisas, mas não somente em livros. Ao retornar à consciência apenas tocou no trinco e ele abriu-se como se assim sempre estivesse.
“Você recebeu o chamado pequenina, este é Gandravus, ou era quando eu o salvei. Esta criatura está aqui protegida há anos, esperando que seu verdadeiro mestre o achasse e fosse astuto o suficiente para passar por todas as armadilhas. Vá com ele, o Perdido quer algo com você...”
Foi a primeira vez que Annie não foi repreendida por ter feito o que sempre fazia. Ao levá-la à porta, o velho arcano mostrou a ela todas as centenas de armadilhas plantadas por ele no pequeno trajeto que ela fez da porta até o mezanino e que apenas alguém guiado pelo Perdido poderia passar por todas. Depois de alguns dias se preparando e convencendo à seus pais de deixarem ela sair de Rivergate, Annie embarcou num trem pronta para viver suas aventuras atrás dos mistérios do que diabos fosse o Perdido.
- texto escrito por Alan
Ancestralidade: Halfling Intrépido
Nacionalidade: Rivergate
Magia rúnica
Annie descobriu cedo que sua profissão de arqueóloga necessitava de um conhecimento exemplar em idiomas antigos e runas, por isso, a própria, instigada por um senso de curiosidade e conhecimento, tornou a escrita rúnica seu principal meio de rastrear os mistérios que dão sentido à sua vida. Sua curiosidade começou de família, quando os historiadores Thinktall contaram sobre a era dos gigantes e dragões e um passado maravilhoso cuja prova de existência provém de textos muito antigos.
Desde cedo pensando em algo muito maior que sua própria existência, Annie foi repentinamente presenteada com uma habilidade mágica advinda desses idiomas antigos assim que libertou Grandavus de sua cela. Assim, sua magia e conhecimento provêm também de seu patrono e as runas parecem se distorcer e formar frases mais legíveis aos olhos da pequena bruxa.
Crystalden, a cidade dos mistérios
Capital de Rivergate, Crystalden é parcialmente submersa por um rio muito limpo e cristalino e seu principal meio de movimentação é através de pequenas gôndolas que trafegam pela cidade dia e noite. A maioria de seus habitantes é halfling e aqueles que não são aprendem com a cultura dos pequeninos a serem ótimos e simpáticos anfitriões.
A maioria dos lares em Crystalden são tocas escavadas em planaltos regados pelo orvalho da terra. Tudo em Crystalden parece coberto por um bonito tapete de musgo verde. É nesta cidade onde o culto ao deus Chesire é muito mais comum do que em qualquer outra parte do mundo. Há uma biblioteca local chamada "Lar do Vasto Conhecimento" onde os clérigos do deus dos mistérios catalogam suas descobertas e uma esfinge é sua bibliotecária.
A família Thinktall
Não suficientemente ricos para serem considerados nobres, mas respeitáveis o suficiente para serem cogitados como uma das famílias mais influentes de Crystalden, os Thinktall são, em sua maioria, professores, inventores e mestres de algum conteúdo teórico, sendo que as profissões filosóficas e pedagogas são as preferidas dentre os membros da família (tornando-se até estranho e rara exceção que alguém desta decida praticar outro ofício).
A história do mundo é algo pertinentemente estudada pelos Thinktall e aqueles que resolvem sair de Crystalden normalmente se tornam historiadores e arqueólogos. Sendo os halflings muito vinculados ao significado da palavra família, explorar o mundo atrás de vestígios do passado a fim de saciar a curiosidade do futuro é uma das poucas considerações que os mesmo têm quando decidem se tornar aventureiros.
Chesire, o deus curioso
Chesire é o senhor dos enigmas e domina sobre os mistérios, o ocultismo, a sorte e o destino. Essa divindade não possui gênero, podendo ser tratada como ele ou ela pelos seus devotos. Quando em celebração religiosa ou muitas vezes quando estão em ação, seguidores de Chesire costumam usar máscaras, como sua própria divindade o faz.
Chesire é bastante cultuado em Rivergate e a maioria de seus adoradores é halfling. Em algum lugar de Rivergate existe o Templo do Oculto, um lugar onde o deus ergueu uma construção cheia de perigos e armadilhas criada para desafiar seus seguidores. Conta-se que o Templo do Oculto muda de lugar todos os dias.
Seguidores mais fanáticos do deus, ao se depararem com suas bênçãos, desenvolvem algum tipo de insanidade. Estes reconhecem que a loucura é a próxima etapa da genialidade e, de fato, esses devotos são conhecidos por terem uma inteligência acima da média.
O Perdido
O grande mistério de Annie é seu patrono, uma entidade que detém o nome de "O Perdido" e é responsável por conceder poder mágico à halfling canalizando-o à distância através de Grandavus, a esperta raposa que perambula junto com a bruxa para todo canto. Não existem rastros deixados pelo Perdido e, assim como o patrono de qualquer bruxa, encontrá-lo é uma das jornadas da pequena Annie.
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