Tecnomagia



Introdução

Criada e desenvolvida pelos gnomos, a magia-técnica, apesar de recente e imperfeita, anda conquistando admiradores devido a inovação e praticidade de seu uso. Feita de mecanismos e alimentada pela magia arcana, as invenções da tecnomagia rendem espanto, estranheza e deslumbramento.

Máquinas capazes de contar o tempo, autômatos, veículos movidos a magia, armas aprimoradas com mecanismos eficientes, a tecnomagia requer um amplo estudo de matemática e física (nas especializações mais densas, biologia e química) somando raciocínio lógica com artes mágicas para um melhor aproveitamento de itens em seus mais usuais e não-usuais ofícios.

Os gnomos não retêm o conhecimento da magia técnica. Muito pelo contrário: eles desejam que seus mecanismos mágicos sejam adquiridos e desenvolvidos por todas as raças inteligentes e acreditam, piamente, que a tecnomagia é o princípio da evolução de um mundo independente de milagres dos deuses.

A história

A história da tecnomagia está diretamente ligada à dos gnomos. A raça de mecânicos precoces não tinha o entendimento de suas próprias habilidades com o ofício antes de encontrar-se com a Divina Engrenagem, uma entidade alienígena que se comunica com seus seguidores através de mecanismos e sons metálicos.

Nas terras de Dechaeon (a Cidadela de Ferro) a paisagem que antes governava era a de uma floresta sucumbida à presença de um lamentoso panorama pantanoso, habitado por criaturas invisíveis, pixies, bruxas e gnolls. Antes que o toque macabro de Hecate, a deusa da loucura, manchasse toda aquela região, foi Rupalo, o primeiro de uma geração de gnomos, quem escutou o chamado da Divina Engrenagem: um som ora atordoante, ora harmonioso.

Aturdido pela voz mecânica, Rupalo abandonou os confins da floresta pantanosa e rumou até a região onde hoje encontra-se Dechaeon. Sob a legação de que um estranho ruído o chamava para terras afins, Rupalo foi ignorado e taxado de louco. Demorou algum tempo até que ele se decidisse seguir sua jornada e, quando a fez, encontrou o centro de toda a voz divina.

Passaram-se dias de trabalho árduo. Foram muitos martelos e picaretas quebradas e improvisadas até que Rupalo descobriu que a única forma de escavar aquela região e, enfim, enxergar a voz, era através de sua engenhosidade. Rabiscou seus primeiros projetos, todos acompanhados, ora por dissonância, ora por ressonância e, por fim, sua inventividade o levou a construir uma broca capaz de perfurar a pedra maciça para que, finalmente, pudesse se deslumbrar com um subsolo repleto de um intrínseco sistema de engrenagens, polias e roldanas. 

Ali Rupalo fez morada e, dias após, outros gnomos da floresta adentro puderam ouvir o chamado daquilo que eles posteriormente chamaram de a Divina Engrenagem. Assim nasceu a tecnomagia e o reino de Dechaeon.

Engenhocas da Tecnomagia

Desde pequenas engenhocas de uso acessível à construção de imensos veículos voadores impulsionados por magia arcana, a tecnomagia abrange graus distintos de complexidade. A seguir a lista de algumas invenções da tecnomagia:

Aparelhagem simples:
  • Aparelhos auditivos que simulam performances musicais;
  • Braços mecânicos;
  • Aparelhos de comunicação verbal (simulando a magia mensagem);
  • Elevadores mecânicos que transportam passageiros para andares superiores sem dificuldades e muito mais rápido (muito comum em Dechaeon e Citadel);
  • Discos-flutuantes que suportam até 100kg de carga (simulando a magia disco flutuante de Tenser);
  • Botas com mecanismos giratórios para deslocamento aprimorado (como um patins, simulando a magia recuo acelerado);
  • Marca-tempo (como relógios, estes podem ser aparelhos de bolso, de pulso ou de grandes dimensões, como as torres de marca-tempo);
  • Biblioteca tecnoarcana (como um tablet ou iphone limitados à capacidade de leitura digital e pesquisa de informações, também pode funcionar como bloco de notas);
  • Postes de iluminação (simulando a magia luz contínua).
Aparelhagens avançadas:
  • Mordomo mecânico (habituado a realizar trabalhos simples, como um servo invisível);
  • Forjado mecânico (são os tipos de golem apresentados no Livro dos Monstros, mas limitados a realizar trabalhos braçais);
  • Forjados de guerra (são como os forjados mecânicos, mas construídos para atacar e defender. Alguns forjados de guerra foram criados com consciência inteligente);
  • Familiares mecânicos (pássaros mecânicos que assobiam uma performance bárdica ou entregam mensagens, cães mecânicos que vigiam e alertam seus donos).
  • Armas de fogo (simulam os tipos de besta, mas com munições próprias e alquímicas).
Forjados mecânicos podem ter diferentes formas e utilidades


Veículos Arcanos:
  • Embarcações voadoras: criados com mecanismos e magias, existem dezenas de tipos diferentes de embarcações voadoras, desde as de carga até as de combate aéreo. Embarcações voadoras são repletas de invencionices extras que podem ser implementadas no próprio veículo, como um anel metálico que impulsiona um navio voador através de magnetização, canhões que simulam bolas de fogo, casco metálico para proteção aprimorada, hélices avançadas que permitem que navios de carga suportem mais peso, etc.
  • Embarcações marítimas: grandes e pequenos navios movidos à vapor e magia, capazes de atravessar ambientes pantanosos ou mesmo enfrentar as mais agressivas ondas do mar;
  • Automotivos: veículos arcanos de duas a quatro rodas que simulam montarias arcanas ou similares, movidos à cristais de quartzo, capazes de enfrentar longas horas de viagem em alta velocidade.
Os cristais de quartzo


O cristal de quartzo é um objeto simples, por vezes não lapidado, que contém uma quantidade de magia arcana trancafiada para fins de alimentar equipamentos da tecnomagia. Os veículos arcanos são as principais aparelhagens que necessitam dessa energia (em regra, os cristais de quartzo funcionam como combustível para os veículos arcanos).

Os cristais de quartzo vieram das estrelas e podem ter vários aspectos e coloração, embora a azul-pálida seja a mais recorrente. Nas eras passadas esse tipo de material era raro e usado de formas distintas, mas os gnomos encontraram um jeito de purificá-los e produzi-los.

Uma fazenda de produção de cristais de quartzo

Um cristal de quartzo custa, em média, 25 peças de ouro, mas seu preço pode variar dependendo do tamanho e da quantidade de magia arcana que nele pode ser embutido. Um cristal de quartzo possui uma única carga arcana. Uma carga arcana pode alimentar, em média, 6 horas em um veículo arcano, dependendo de seu porte, utilidade e velocidade. 

Um profissional que trabalha com cristais de quartzo é chamado de lapidador arcano. Apenas os lapidadores são capazes de imbuir o quartzo com magia arcana. É um oficio que exige demasiada paciência, concentração e perfeccionismo. Lapidadores também podem refinar cristais de quartzo para que estes consigam sustentar mais energia arcana que o usual ou permitir outras possibilidades mais específicas como prender elementais e comandá-los.

Um cristal de quartzo comum pode ser usado uma única vez. Após seu uso ele se despedaça como vidro e torna-se imprestável. Cristais de quartzo refinados podem ser extraídos de veículos arcanos com alguma chance de serem reaproveitados.  

A Dissonância Harmônica



Existe, entre os gnomos, um raro talento que os faz serem capazes de ouvir os indícios da Divina Engrenagem pelo mundo. Estes gnomos acabam estudando a música como uma forma de entender suas habilidades natas e decifrar a dissonância harmônica.

A dissonância trata-se de uma barulho inquieto e distante ouvido ora sim, ora não, por alguns gnomos. A história da tecnomagia nos revela a jornada de Rupalo, como o primeiro gnomo com essa habilidade nata que não desprezou o chamado da Divina Engrenagem e fundou o reino de Dechaeon, a Cidadela de Ferro.

Gnomos bardos com essa habilidade tendem a se afastar de Dechaeon para perseguir a jornada de encontrar a dissonância e transformá-la em ressonância. Para maior entendimento, esses indivíduos são capazes de converter ruídos em canções harmoniosas que lhes concedem desde respostas sobre a tecnomagia, quanto permitem que estes conheçam os templos e lugares em que a Divina Engrenagem foi plantada, quando caiu do céu, e espera a morada e a evolução de seus seguidores (os gnomos).



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