Desde que o sul de Azran foi manchado com as crias de Saulot e a Muralha dos Arcanjos foi erguida para nos proteger destas, o reino de Lorde Albion se deparou com uma perigosa limitação: a falta de expansão marítima. Como a maioria dos leitores sabe, a antiga Baía Estreita, que permitia o povo de Azran visitar o oceano, agora é posse de Karrasq, o reino do deus-lich, enquanto que ao norte, uma vasta cadeia de montanhas, denominada a Espinha do mundo, impede que nossos navegantes tenham acesso ao mar.
A não ser pelas passagens fluviais de nosso milagroso rio das lágrimas, Azran não possui rotas marítimas. Com a evolução das navegações e a descoberta de um novo continente completamente inexplorado, o futuro do reino cravado na Espinha do mundo pode estar com seus dias contados - de acordo com o que falam os mais dramáticos estudiosos da política e geografia do reinado.
"Talvez a Quinta Era, um dia, seja reconhecida como a era dos navegantes, das viagens além mar e do primeiro contato com o povo do desconhecido", afirma Jackaby Maelstrom, autor de a "A Origem de Tudo", ele também citou em entrevista que "conhecer o mundo além das grandes ondas nos revelará muito sobre nosso passado e, estudando o passado é possível prever o futuro. O reino que mais bem sucedido for nessa corrida pelas terras de além, talvez se torne o império mais influente dessa era e de tantas outras ".
Mas a situação alarmante de Azran parece ter conserto, graças a um excêntrico gnomo de Dechaeon e inspirado cientista geográfico chamado Lufahic que, a pouco mais de um mês apresentou o ambicioso plano de criação de um porto-caverna aproveitando-se das montanhas que abraçam o reino dos cavaleiros eólicos.
"É bastante simples", revelou Lufahic a uma entrevista feita ao Divã da Madame Minerva, "todo o povo de Azran sabe que além das montanhas de mármore fica a Baía dos Mutilados, uma passagem marítima rasa, cercada pelos reinos de Quéops e Ellidoränne que é bastante utilizada por piratas. O que poucos sabem é que a Espinha do Mundo é um conjunto de montanhas ocas, escavadas não somente pelos anões, mas principalmente pelo antigo povo gigante que, contam os teóricos da história, ocupavam quase cem por cento de nossa Draganoth. Esses caminhos são largos e a maioria ainda se mantêm firmes e apropriados para escavação. É claro, o lugar, até o exato momento, nunca foi explorado porque é pobre em minérios, inclusive do próprio mármore! Apenas eu e meus irmãos podíamos sentir sua importância", explica o gnomo referindo-se aos gnomos como uma única família, "meu pai e meu avô, a muito tempo, tentaram escavar aquelas montanhas, assinaram acordos com Lorde Irun e conseguiram a permissão, mas, infelizmente foram obrigados a encerrar seus ofícios quando tiveram de enfrentar os loucos eremitas da região."
Os eremitas eram um problema crescente nos arredores do reino de Azran que, felizmente, foi sanado após a peregrinação de Ophellia Magdalen e seu grupo pelas montanhas de mármore.
"Não sei explicar o que vimos lá, mas depois daquilo, tudo mudou. Os eremitas foram embora, aquelas montanhas nunca estiveram mais seguras", revelou-nos o ex-soldado Castelo Cinzento, que decidiu nos conceder uma entrevista após uma boa quantia de dinheiro que supostamente seria utilizada para sustentar sua mulher e seus filhos. Castelo Cinzento participou da peregrinação junto à princesa na missão mais do que sagrada para resgatar a alma do príncipe Alberich, atualmente, graças à luz de Splendor e aos esforços desses aventureiros, está são e salvo atrás das muralhas do Castelo de Azran.
"O ex-soldado está correto", informou-nos Tavius d'LeBlanc, sargento da milícia e representante-mór do Templo da Cruz-Espada, "meus soldados averiguaram aquela região e não há sequer migalhas de goblin. Não somente os milhares de eremitas abandonaram o lugar, mas também os recorrentes ogros da região."
"Hoje, mais do que nunca, a ideia de criarmos o porto-caverna é essencial para a expansão do sempre poderoso reino de Azran, por isso o sábio rei dessa terra assinou a confirmação de criação dos túneis que serão escavados e aproveitados no interior da Espinha do Mundo", continuou Lufahic, "Sabemos que há um rio que trafega por dentro da rocha e engenhosamente banha a capital Brastav com águas límpidas e milagrosas. Na geografia costumamos chamar de filtração todo o processo que transforma água salgada na água doce que consumimos. É isto o que as rochas da Espinha do mundo fazem: filtram a água salgada da Baía dos Mutilados, portanto, há uma conexão entre Azran e esta baía, logo, é possível, com técnicas de engenharia bastante evoluídas pelos meus ancestrais, criar uma caverna marítima onde embarcações poderão flutuar saindo da própria Azran até a margem dos oceanos!"
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O porto-caverna |
O plano é engenhoso, mas ainda questionado por alguns, como Jonah Steins, filho da linhagem de heróis que defenderam a muralha na Quarta Era. Ele diz: "a obra promete grandes evoluções, mas também trará problemas ao reino e eu não me refiro à mistura do sal da água do mar com nossa água de consumo devido a qualquer erro de infraestrutura, mas também a existência de piratas e corsários. A Baía dos Mutilados é um lugar de serviço pirata e, portanto, antes que se conclua uma obra magnífica como esta, é necessário uma partição militar responsável por controlar o tráfego marítimo naquela região, precisamos, portanto, de soldados especializados em frota e eles precisam ser contratados o quanto antes de reinos neutros como Sazancross ou Rivergate, porque Azran não possui tal acervo."
"É claro que este é um problema", confirma Lufahic, "mas para garantirmos a revolução dos navegantes em Azran, será necessário correr esse risco. Eu acho que vale a pena."
O Tratado da Revolução Marítima já foi aprovado e assinado por Lorde Albion e a construção do mesmo tem data prevista para o próximo mês. Uma tratado assinado com certa pressa se compararmos com outras decisões do rei.
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