Meu
nome é Ellëssar Vannalis Caelium 5º filho da renomada e antiquíssima família de
alto-elfos, os Wingärdt. Nós representamos uma das primeiras linhagens élficas
criadas por nossa senhora e mãe, Gaiëha. Como quinto filho e o caçula da
família sempre me empregaram poucas tarefas, em comparação com meus irmãos, que
eram detentores de grandes feitos, eu vivia uma vida olhando apenas para aquilo
que era importante para aquele mundinho onde eu vivia, sem temer ou pensar
sequer no que acontecia afora do paraíso élfico.
Quando
as primeiras ameaças apareceram todos ficaram preocupados, nunca nada havia
chegado tão perto do nosso reino, aquilo me atormentava, eu só queria que eles
morressem e que tudo acabasse. O tempo passou e a situação só piorou, nosso pai
e três dos meus irmãos mais velhos persistiram no combate com honra e
determinação, e eu apenas podia assistir, não tinha conhecimento de magia ou
treinamento militar para tal coisa, eu sou um nobre, alguém meio esquecido
naquele lugar...
Eu me sentia
deslocado e frustrado. Tudo o que eu podia fazer era amaldiçoar aqueles malditos
humanos por terem criado essas aberrações. Eu tinha medo, por mais improvável
que fosse de que a nossa barreira quebrasse e eles invadissem Elidoränne....
Foi então que muitos de nós, ouviu um chamado vindo dos arcanjos, reunindo
muitos dos guerreiro e magos poderosos de nossa nação, pois eles precisavam
encontrar um grupo de.... Humanos.
Durante logo
tempo nós esperamos e nos protegemos. Aquilo era ainda mais assustador do que
antes, muito de nosso exército havia saído comandado pelos arcanjos. Eu estava
enlouquecendo... Mas porquê? Porque aquilo me incomodava tanto? Eu me sentia
zonzo e por muitas vezes mal conseguia me levantar da minha própria cama, era
um mal-estar que muitos não conseguiam explicar, algo que mais parecia irreal,
mas eu sentia e sabia que havia algo errado comigo... Mas o que? O que poderia
ser essa sensação?
Certa noite,
eu acordei e. por mais que os bosques e as cidades de Elidoränne sempre fossem
bem iluminados, o quarto estava escuro, havia algo ali.... Mas Elidoränne é
protegida! Eu via, parecia um elfo, mas diferentes dos outros ele tinha uma
estranha palidez em sua pele, era como se fosse o luar, aquilo era
reconfortante e igualmente medonho.
Para mim, na
época ainda uma criança, era algo de se espantar. Aquele ser falou comigo, porém,
não consegui escutar ou sequer entender seus gestos. Ele era um borrão, uma
miragem....
[Sussurro] Procure
o arcano, proteja....
Então, eu
despertei. Aquele ser era o meu arcano! O meu poder e o meu despertar. Aquela
manifestação era rara. Muitos elfos nascem com suas habilidades inatas para
aprender magia, mas as minhas despertaram naquele instante. Eu senti que
poderia ser muito mais do que apenas o caçula. O destino, enfim, havia
reservado algo muito maior para mim.
Após essa noite, nós ouvimos os cânticos
élficos, anunciando a vitória, o exército que sobreviveu ao confronto retornou
glorioso. Naquela que os humanos chamaram de Guerra da Era, eu perdi meu pai e
o meu irmão mais velho, ambos morreram lutando bravamente. Forjado sobre o
sangue daqueles que morreram, uma aliança foi surgida entre os elfos e os humanos.
A aliança foi proposta com o intuito de que aquele ocorrido nunca pudesse se repetir.
O acontecimento gerou revolta entre muitos elfos (e entre outros tantos, um conflitante
sentimento de compaixão).
Os humanos admitiram que foram negligentes com
o uso da magia, e nós, aqueles que foram abençoados pela senhora que criou a
magia, iríamos agir auxiliando aqueles que precisam de um guia. Eu me tornei um
desses magos, aquele que preserva a aliança e luta a favor de um mundo justo
onde todos os seres que desejarem usar a magia de forma íntegra e bondosa
poderão então exercê-la, mas punindo aqueles que se opuserem à vontade daqueles
que derramaram sangue. Nosso sangue (!) para criar a aliança. Esses que se
opõem devem pagar por suas atitudes e desrespeito ao mundo.
Hoje eu saio
de Elidoränne com uma missão. A missão na qual eu pretendo realizar com sucesso
e honrar, em nome da minha família, como um inquisidor. Cuidarei daqueles que
necessitam, punirei aqueles que se rebelam e protegerei meus irmãos e irmãs
daqueles seres maculados que se escondem nas sombras. Mostrarei o caminho para
aqueles filhos de minha senhora que não nasceram sobre a mesma terra que eu,
mas que são bons de coração e têm mentes justas, a adentrarem os portões
élficos.
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