[Divindade Primordial] Veronicca, a deusa da morte


A história

Precursora de todos os fins de era e primeira filha dentre os deuses primordiais, Veronicca é a deusa da mortalidade, do óbito e juíza de todas as almas. Governa os reinos do purgatório. Ela existe para que a lei da vida e da morte sempre persista, para que haja equilíbrio entre todas as coisas. É ela quem move a roda do destino e é, também, a entidade que cataloga toda criação e suas conclusões.

Progênie singular dos deuses criadores, Veronicca foi presenteada com o coração da titânica deusa Moirane, entidade caçada, esganada e devorada pela Gênese. Quando a Gênese abandonou Draganoth, à Veronicca foram entregues os grilhões do mundo e com as correntes destes, a deusa da morte enlaçou o coração de Moirane e o apertou. Apertou tanto que o resultado do estrangulamento foi a divisão do coração em duas partes iguais e poderosas que, mais tarde, se transformariam em Alrûne e Zeiram, os últimos deuses primordiais.

A deusa e o próprio culto devotado à ela sempre foram cercados de mistério, de conhecimentos ocultos e de respostas não constatadas pelas demais religiões.  Veronicca segue sendo a divindade que mais se envolve nas histórias dos mortais. Ela foi responsável pelo nascimento e morte de deuses, por eternas bênçãos e maldições e por influências que os denominados escrivães de sangue guardam e chamam de o intrínseco livro sobre a morte.

Veronicca e a Necromancia 

O culto à Veronicca é marcado por simbologias particulares. Apesar do mórbido título de deusa da morte, ela é venerada e tolerada por todas as demais religiões. Sua existência é mais do que divina: é necessária. A liturgia propagada por seus seguidores esclarece o sentido e a importância da existência da morte, dignifica os ritos cerimoniais do óbito e pune aqueles que brincam com a morte ou a transforma em matéria-prima. 

Veronicca não reina sobre os mortos-vivos, nem rege a necromancia. Saulot é um inimigo. Sua magia necromântica escraviza almas e impede que estas alcancem o purgatório, ou as arranca de lá sem permissão, apenas para tornarem-se trôpegos e débeis casulos de podridão. A morte-viva necromântica é uma ofensa aos seguidores da deusa da morte.

Um morto-vivo criado ou fascinado por um clérigo de Veronicca não é um escravo, é, na verdade, um aliado invocado para exercer alguma função, temporariamente. Por isso, servos de Veronicca não podem permanecer criando ou liderando exércitos de mortos-vivos de qualquer tipo por muito tempo. A ideologia por trás das magias de criação e controle de mortos-vivos para um clérigo da morte é funciona da seguinte forma:

  • Uma magia de criação ou controle de mortos-vivos para um seguidor de Veronicca é como um clamor, invocação ou pedido a uma alma do purgatório que irá servir voluntariamente o invocador pelo tempo que ele desejar;
  • As almas do purgatório, no plano material, não têm consciência ativa, mas manipulam fisicamente cadáveres (esqueletos, zumbis, carniçais) ou agem no plano etéreo (espectros, vultos, espíritos). Elas, entretanto, seguem as ordens do clérigo de Veronicca normalmente.
  • Um clérigo da deusa da morte não pode controlar um morto-vivo permanentemente. Ele precisa dispensá-lo do ofício de servidão assim que julgar necessário. Não existe um aviso de tempo determinado, os próprios clérigos resolvem essa questão. Dispensar um morto-vivo do ofício de servidão significa dissipar a magia de criação ou controle ou, ainda, destruí-lo;
  • A alma do purgatório que responder ao chamado de um clérigo da morte tem sua punição nos reinos de Veronicca reduzida. Isso significa a redução do tempo necessário para a redenção do espírito (e, enfim, ascender aos planos superiores) ou o afastamento temporário de uma punição ardil.

Diferente dos clérigos de Saulot, os servos de Veronicca não usam cadáveres como matéria-prima e sim como auxílio advindo da própria deusa. A criação de mortos-vivos feita pelos seguidores de Saulot é uma ofensa ao conceito natural da morte, por isso, os algozes de Veronicca têm a missão de eliminá-los. Especialmente quando se tratando do culto da Mortalha.

A Ordem dos Ceifadores

Símbolo da Ordem dos ceifadores

Misteriosa e esporádica, a Ordem dos Ceifadores é formada por algozes - ou paladinos - que carregam a missão de eliminar profanadores da morte. A ordem é constituída por cavaleiros e guerreiros que rumam pelas terras longínquas caçando e aniquilando inimigos, como se possuíssem um estranho e sobrenatural senso de direção.

Os ceifadores carregam a capacidade única de prover um guia espiritual, no purgatório, a uma vítima de sua lâmina. Anciões a beira da morte ou pessoas desesperadas que desejam morrer procuram por um ceifador para que este possa providenciar  uma viagem tranquila e garantida às hostes eternas de suas divindades. Da mesma forma que um algoz da Ordem dos Ceifadores é capaz de trazer a paz a uma alma inocente, ele é capaz de punir, atordoar e julgar uma alma profanadora.

Um agente profanador não é, necessariamente, um indivíduo de tendência maligna, mas sim qualquer sujeito que conspurque a lei da vida e da morte. Necromantes, aberrações e mortos-vivos são exemplos de agentes profanadores caçados e eliminados pela Ordem dos Ceifadores.

O corvo e a Ordem dos Escrivães de Sangue

Símbolo dos Escrivães de Sangue

O corvo é um dos principais símbolos de Veronicca. Mitologicamente, é o corvo a ave encarregada do aviso da morte, o pássaro mensageiro do óbito. Os clérigos e algozes de Veronicca  são avisados, por meio do vislumbre de um corvo de penas brancas, sobre a hora de suas mortes. O corvo também é o símbolo dos escrivães de sangue.

A Ordem dos Escrivães de Sangue - seus discípulos são chamados de "corvos" - é uma misteriosa organização de indivíduos que trabalham ocultos na sombra do mundo, normalmente de forma individual, escrevendo livros de páginas eternas com penas e o sangue advindo dos poços de sofrimento do purgatório. Poucos sabem qual o verdadeiro motivo da existência desses indivíduos, mas é notável que eles parecem sempre saber o destino das coisas, de forma sobrenatural e inexplicável.

Um escrivão de sangue é capaz de visitar o purgatório e sair dele, à vontade. Sendo assim, eles são personagens imortais, desde que suas almas sejam encaminhadas, naturalmente, aos planos de Veronicca. Muitos dos deles são capazes de tomar a forma da ave carniceira para vigiar o giro da roda do destino.

Características da religião de Veronicca

Aspectos: a senhora da morte, a primeira progênie, a dama dos corvos.
Domínios: Encanto, Glória, Morte, Repouso.
Tendência: Neutra.
Arma predileta: corrente com cravos (o grilhão do mundo)
Religiões: veja adiante.
Sede religiosa: veja adiante.

Permite paladinos? NÃO. Leia sobre a Ordem dos Ceifeiros.

Dogmas:
  • A morte é uma bênção: viver para sempre é um tormento. Um servo de Veronicca reconhece isso.
  • Punição aos profanadores da morte: necromantes, aberrações e mortos-vivos são profanadores da lei da vida e da morte. Se não seguem os dogmas de Veronicca (leia Veronicca e a Necromancia anteriormente) eles precisam ser caçados e eliminados.
  • A necromancia é uma arma temporária: os servos de Veronicca capazes de criar ou controlar mortos-vivos deve mantê-los temporariamente, da mesma forma, qualquer seguidor da ideologia de Veronicca que encarar a escravidão morta-viva deve agir e eliminá-la. A necromancia é um pedido de servidão voluntária, não um ato de escravatura.
O Amaranto

Entre os Vistani e outras famílias ciganas, especialmente no reino de Rivergate, o culto à deusa da morte segue padrões distintos que, mesmo tendo a mesma representação macabra, mostra aos estrangeiros o quanto a morte pode ser encarada de forma natural. Aqueles que seguem essa ideologia são chamados de Amarantos e não temem a morte por reconhecê-la como um fator temporário sobre a existência de cada ser vivo.

Em Rivergate e, esporadicamente entre as caravanas ciganas que trafegam por todo reinado, a uma celebração conhecida como o dia dos mortos. O dia dos mortos é o último dia da cerimônia em honra aos espíritos dignos. A crendice popular admite que nesses dias os mortos vêm visitar os seus parentes e, por isso, os vivos devem estar bem preparados para recebê-los. Os seguidores desse credo descrevem o véu da morte como um lugar cinzento, onde os espíritos distorcidos esperam pela reencarnação, por isso, é necessário ter cuidado para não enlouquecer os espectros visitantes com mudanças distantes de seu cotidiano e ao mesmo tempo mostrar a motivação da vida para que as almas desejem reencarnar.

O resultado disso são três dias de ruas enfeitadas de crânios coloridos e rosas amarantes – um tipo de rosa que nasce somente em cemitérios e templos de Veronicca – durante as circunstâncias, as pessoas costumam usar máscaras fúnebres ou pintarem seus rostos com os traços de morte, ostentando macabros desenhos de caveiras e corvos na face.

No último dia da cerimônia ocorre a celebração propriamente dita. O dia dos mortos é acompanhado por canções padronizadas e um clérigo de Veronicca – denominado como “O Anfitrião” – seleciona uma ou mais famílias para um reencontro com o espírito de um ente querido (normalmente aproveitando-se do uso de magias como falar com os mortos). A celebração costuma ser regada de muito vinho e bailes de máscaras por toda da vizinhança.

É também nesses dias que os paladinos da deusa da morte são escolhidos e despertam seus poderes contra aqueles que desrespeitam a morte. Esse recrutamento pode ocorrer das mais variadas formas, desde a aparição repentina de um mentor responsável pelo anúncio do novo membro da irmandade, até um acontecimento inédito notado pelo escolhido que o faça perceber seus dons.


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